sábado, 13 de dezembro de 2014

Solidão

Nunca sofri disto como agora.
Eu, que sempre me senti completa na minha própria companhia, dou por mim constantemente a sentir-me incompleta, insatisfeita com o que tenho, inquieta, ansiosa...
O que é estranho.
Acho que a crise dos 25 anos chegou em mim mais cedo. É como se o que tenho não fosse suficiente. Como se estudar no curso que adoro soubesse a pouco. Como se viver sozinha fosse demasiado solitário. Como se amigos tivesse poucos. Como se família não fosse coesa como a dos outros. Como se amparo, aquele amparo que sempre senti, tivesse escapado. Como se levantar-me todos os dias fosse rotina e não algo que faço apaixonadamente.
Sim, definitivamente não o faço tão apaixonadamente como até aqui.
Detesto estes impasses.
Aliás, detesto impasses de qualquer tipo.
Odeio de morte esta sensação de euforia, medo e ansiedade que antecede uma grande mudança. Mas odeio mais de morte ainda saber que tenho que aguentar o marasmo por que passo agora sob pena de nem sequer ter direito à grande batalha.
Por isso, deixo-me estar nesta angústia sem consequência, nesta tristeza incompleta, até que algo se passe e a mood mude.
Detesto ser só, detesto estar só, detesto (tanto, tanto) sentir-me só.